São todas afecções decorrentes da sobrecarga biomecânica, devido ao uso repetido e/ou forçado de articulações ou grupos musculares e manutenção de postura inadequada. Na porção proximal de inserção, os tendões recebem menor irrigação sanguínea. Esta característica predispõe o tendão a certa condição de hipóxia, desorganização das fibras colágenas, neovascularização e inflamação e estaria implicada na etiologia das tendinopatias.

Descritas pela primeira vez em 1700 pelo médico italiano Bernardino Ramazzini em seu livro “As doenças dos trabalhadores”, estas afecções tomaram a dimensão de uma epidemia a partir do século XIX, com a Revolução Industrial. Só nos Estados Unidos, são cerca de 600 mil novos casos por ano. No Brasil, as LER são hoje a segunda causa de afastamento do trabalho. A maior incidência encontra-se entre aqueles que recebem menor remuneração e realizam horas-extras ou dupla jornada. Porém não é só o trabalhador assalariado que sofre destas patologias. As donas de casa estão também entre as mais acometidas.

A boa notícia é que estas doenças têm cura. No entanto, para ser eficaz, seu tratamento exige um bom diagnóstico e uma abordagem global. Mas o melhor caminho continua a ser o da prevenção: manter ambientes de trabalho em condições adequadas, tanto na questão da ergonomia, quanto ao que diz respeito à temperatura e os níveis de ruído, fazer pausas durante a jornada de trabalho para realizar exercícios de alongamento, a retomada gradativa das atividades após um período longo de ausência, como as férias, etc. E, por fim, manter uma vida saudável, longe do tabagismo, com boa alimentação, um sono adequado e a prática regular de atividades físicas.